Congelar óvulos: como funciona e quais as vantagens?

Congelar óvulos é uma expressão popularmente utilizada para referir o processo de conservação de gâmetas (neste caso, femininos) destinados à preservação da fertilidade das mulheres. Poderá ser uma opção para quem, por motivos de doença ou por opção, deseja adiar a maternidade.

Neste artigo, explicamos-lhe em que casos pode ser aconselhado às mulheres congelar óvulos, como funciona o processo e quais as suas vantagens.

A quem é aconselhada a preservação da fertilidade feminina?

O recurso à preservação da fertilidade é cada vez mais corrente em muitos países da Europa, como modo de prolongar o potencial reprodutivo por mais anos, sobretudo no caso feminino, em que a fertilidade vai reduzindo cada vez mais, à medida que a idade avança, apesar de não se poder garantir, com a utilização dos óvulos, uma

gravidez.

De acordo com o Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA), a preservação do potencial reprodutivo feminino é aconselhada nas seguintes situações:

  • Doenças oncológicas ou autoimunes que impliquem tratamentos de radioterapia ou quimioterapia, devido aos danos que este tipo de tratamentos causam nos órgãos e células reprodutoras;
  • Doenças genéticas associadas à perda precoce da função ovárica (tais como Síndrome de Turner, Trissomia X e Síndrome do X frágil);
  • Submissão futura a uma cirurgia que possa interferir com o funcionamento do útero ou dos ovários;
  • Mudança de sexo (neste caso, o potencial reprodutivo deve ser preservado antes do início da terapêutica);
  • Mulheres que, por situações pessoais (por exemplo, compromissos profissionais ou inexistência de parceiro) desejem adiar a maternidade.

Idealmente, o congelamento dos óvulos deve ocorrer até aos 35 anos, uma vez que, a partir dessa idade, o sucesso do tratamento tende a ser menor, já que o potencial reprodutivo da mulher começa a diminuir de forma acentuada. Ainda assim, caso exista reserva ovárica suficiente, o procedimento poderá ser feito até aos 40 anos.

Congelar óvulos: como funciona?

Caso uma mulher esteja a ponderar preservar a sua fertilidade, o ideal será procurar uma equipa especializada na área da Medicina Reprodutiva, para que o seu caso seja devidamente avaliado por diversos profissionais e lhe sejam apresentadas as várias hipóteses terapêuticas disponíveis. 

Caso, efetivamente, a criopreservação de ovócitos seja a opção escolhida, após discussão entre a equipa médica e a paciente, o processo irá demorar cerca de 2 a 3 semanas a estar concluído e envolve três fases:

  1. Estimulação hormonal: fase que se inicia no segundo ou terceiro dia do ciclo menstrual e que consiste na administração de injeções que incitem o desenvolvimento folicular e a a maturação dos óvulos.
  2. Punção folicular: realizada por via vaginal sob sedação analgésica, consiste na recolha dos óvulos. Este é um processo rápido, efetuado sob controlo ecográfico.
  3. Congelamento dos óvulos: os óvulos ficam criopreservados por uma técnica designada por vitrificação, durante um período até 5 anos, que poderá ser renovado.

Utilização futura de óvulos criopreservados

Não existindo um limite máximo de tempo em que os óvulos podem permanecer congelados, a sua utilização poderá ocorrer em qualquer altura, sendo recomendado que uma potencial gravidez ocorra antes dos 50 anos.

Deste modo, quando a mulher tomar a decisão de engravidar, serão descongelados os óvulos e a equipa médica e de embriologistas inicia o processo de fertilização dos óvulos, por Microinjeção de espermatozoide (ICSI) no óvulo e posterior transferência de um embrião para o útero.

Quais as vantagens de congelar óvulos?

A grande vantagem da criopreservação de óvulos ou de tecido uterino é o aumento da possibilidade de alcançar uma gravidez futura, especialmente em mulheres que veem a sua fertilidade afetada por questões de saúde ou que não desejam, por motivos pessoais, engravidar antes da idade em que a fertilidade começa a diminuir de forma mais acentuada.

Por último, a preservação de gâmetas poderá permitir a utilização dos óvulos próprios em idade em que geralmente a solução terapêutica passa pelo recurso a óvulos doados.

Existem riscos?

A mulher que pondera congelar óvulos, irá certamente questionar a existência de potencial

risco para si própria, numa potencial gravidez futura, e posteriormente para o bebé.

A conceção com recurso a óvulos congelados tem demonstrado a não haver riscos acrescidos, nem para a grávida nem para o bebé, quando comparada com uma gravidez obtida a partir de óvulos frescos.

O que devo fazer se quiser preservar a minha fertilidade?

O primeiro passo a dar é a marcação de uma consulta de avaliação diagnóstico, de modo a obter o aconselhamento de uma equipa especializada e experiente e perceber qual a solução que melhor se adequa ao seu caso.

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